segunda-feira, 30 de maio de 2011

Um amigo leve...



Talvez pelo "inferno astral", talvez pelas pressões do dia a dia, talvez pelo fato de ter conseguido acordar há apenas poucas horas minha criatividade foi parar em algum lugar que não sei onde é. Talvez esteja junto ao controle remoto da TV, perdido desde a última quinta-feira aqui em casa ou quem sabe esteja no mesmo lugar que guardei o CD do Luiz Melodia que não acho nem a pau (não, o Cd não está na caixinha correta nem tampouco no aparelho de som!).



Copio o texto abaixo, extraído da Folha de hoje. Gosto da Danuza Leão (nem sempre, confesso) e gosto de ler coisas que parecem se encaixar com situações que vivemos. Desde crônicas simples contando sobre as travessuras de seu gato, até reflexões mais profundas sobre confusões da psique. Saber que existem outros seres humanos que conseguem traduzir o que sentimos nos conforta. Em forma de verso, prosa, música, crônica transformam confusões de sentimentos em algo belo, ou ao menos mas leve, como o tal amigo da Danuza.





Um amigo leve

É SEMPRE ASSIM: com tanto para fazer e sem tempo para nada, a gente acaba negligenciando um monte de coisas, entre elas nossos afetos.
E como os sentimentos não sobrevivem sem uma certa atenção, um dia se começa a achar que o coração não consegue -e nunca mais vai conseguir- gostar, ou ao menos sofrer por alguém.
Mas o tempo passa, aquele amigo que a gente via o tempo todo viaja e um belo dia você sente saudades dele. Preste atenção: esse fato é mais merecedor de uma comemoração do que qualquer data querida. Ter saudades de um amigo, há quanto tempo isso não acontecia? Ah, que coisa boa.
Uma simples saudade faz com que você se sinta viva, mesmo que sejam saudades apenas de um amigo -como se um amigo pudesse ser chamado de "apenas". Mas tantas vezes você amou apaixonadamente, e quando ele fez uma viagem sentiu um alívio, até para descansar de tanta paixão e poder se encher de cremes, sem ele por perto para reclamar? E tem melhor do que de vez em quando ter aquela cama enorme só para você, e até dormir com a televisão ligada?
Ter um amigo é coisa muito boa, e sendo um que não te patrulha, não te inveja, não te analisa nem discute a relação, é bom demais -e raro. Um amigo tão bom que te aceita do jeito que você é, que não faz perguntas indiscretas, que te entende e está por ali sem ser, jamais, invasivo. Você sabe de certas particularidades dele, ele das suas, mas delas não falam, só quando é necessário. E com pouca intimidade.
O excesso de intimidade pode ser fatal, mesmo entre mãe e filho, marido e mulher. A intimidade física não é nada, perto da dos pensamentos e sentimentos. Pode ser pior do que ouvir a pergunta "em que você está pensando?". Pode sim: é quando alguém tenta analisar a razão pela qual você disse ou fez determinada coisa num determinado dia, pretendendo, assim, conhecer você melhor do que você mesma se conhece.
Um distanciamento saudável é indispensável às boas relações humanas.
Qual a primeira qualidade que deve ter um amigo? Bem, além das clássicas, como lealdade, fidelidade, discrição sobre as intimidades que ouviu nas horas do aperto, disponibilidade para escutar as histórias, bom humor, e mais o quê? Leveza. Ter um amigo leve é uma benção dos céus.
Não espere dele considerações sobre a vida e a complexidade dos sentimentos humanos, mas ninguém será melhor companhia para jantar, viajar, conviver, do que um amigo leve. Já pensou, passar três dias seguidos com um amigo profundo? Se estiverem tomando banho de mar, ele pode se lembrar do tempo em que era criança, falar da relação que tinha com a mãe e o pai, e daí para cair no divã é um pulo; eles gostam de falar como são tolos os banqueiros e políticos, que só pensam em dinheiro e poder e não compreendem que a vida real etc. etc., quanta profundidade.
Com essa mania, quando estão numa rede em frente à praia, comendo um camarãozinho frito e tomando uma cerveja estupidamente gelada, se esquecem de que nessa hora o bom é não pensar em nada.
É isso que faz um amigo leve; ele não diz nada, apenas usufrui a vida, e quem tiver a sorte de estar perto dele vai ter momentos de grande felicidade - ou pelo menos quase isso.
Com um amigo assim, até a vida fica mais leve.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

The book is on the table...


Ah, a América!!! Bastaram menos de 20 dias na terra da coca-cola para eu deixar todo preconceito de lado (idiota por sinal!) e entender porque ELES são os donos do mundo.


Ficamos em 5 cidades e passamos por tantas outras no caminho, todas muito diferentes entre si mas a sensação de que tudo funciona em USA é uma constante!


Ah como queria ter podido escrever dia a dia sobre cada uma delas para ao menos tentar passar um pouco daquela atmosfera e, principalmente, comentar as cenas pitorescas que presenciei ou as situações nas quais (maravilhosamente!) me meti!!!!


Da praia para a neve em menos de 4 horas... Assim é a Califórnia!


Seria tão bacana contar detalhes do jantar com amigos em Los Angeles que eu mesma preparei após ir fazer compras num supermercado só de produtos orgânicos. Tenho certeza de que nunca mais pisarei num Carrefour!!!!



Sim, paguei o micão e fui molhar meu sofrido pezinho direito no Pacifico pela primeira vez! Mas foi o mico mais bem localizado da Califórnia, em Huntington Beach, capital mundial do surf.



Nosso fiel companheiro, o Mustangão


Ainda na costa oeste, passamos por Camarillo da qual a única lembrança foi o outlet. Sabem aqueles programas que você recebe uma grana pra renovar todo o seu guarda roupas em 1 dia? Então, era quase aquilo! Tudo muito barato e tudo de verdade! Lá o desconto é desconto!!! Se algo custava U$100,em sale vai pra U$40, U$20!!!! Chega de oferta de “10 reais por apenas 9,99”. Aliás, USA é a terra do consumo e ponto. Ninguém ostenta, nada de vulgaridade mas o fato é que tudo o que você quer ter você pode ter. Iphone? Todo mundo tem? Tenis bacana? Todo mundo tem? Um belo casaco para os dias de frio? Sim, também.


Mas chega. Não quero falar de “shopping” nesse post pois a viagem foi muuuuuito mais que isso. A propósito, falei a vocês que trouxe uma bicicleta de Nova York??? Pois é...


Castro, San Francisco




Foi uma viagem de “primeiras vezes”. Depois de me apresentar as frias águas do Pacifico, vi a neve!!!! Sim, aos altos dos meus quase 33 anos, o mais próximo que cheguei a essa sensação foi quando tenho que descongelar minha geladeira e jogar fora aquelas caixinhas de nuggets vencidos.


Era o final da temporada de inverno em South Lake Tahoe, estação de esqui localizada no limite dos estados da Califórnia e Nevada e lá estava eu no meio de montanhas e mais montanhas congeladas... e dá-lhe galera descendo de ski e snowboard!


Não, não, não... Não me arrisquei em esportes radicais e recorri a boa e velha bicicleta em San Francisco. Passei por Fisherman´s Wharf, Marina District, Presidio Park , resumindo... Dei uma baita volta na cidade e pela primeira vez não tive problemas pra estacionar!!! Vou explicar: Desde Los Angeles nosso transporte era o carro, mas em SF, encontrar uma vaga era um inferno! Além disso, acho que só caminhando ou pedalando é que se conhece um lugar de verdade. Eu prefiro assim e aquela pedalada me fez perceber isso, como também me fez perceber que preciso fumar uma pouco menos!!!


Cheese Cake Factory. Nunca mais comerei cheese cake por toda a minha vida! Overdose!!!




A travessia da Golden Gate não foi de bike não. Foi de Mustangão Conversível Azul Cintilante!!!! Na verdade isso não estava programado mas, na primeira vez que peguei o carro acabei me perdendo e quando vi já estava na ponte rumo a Saussalito, cidadezinha muuuito simpática localizada na baía de San Francisco.


De San Francisco, devolvemos o Mustangão (para a tristeza do Edu!) e partimos para Nova York. Como esse post já está gigante e como não dá pra falar de NY em apenas um parágrafo, paro por aqui...

Ainda há muuuito pra contar e mais algumas fotos da viagem pra postar. Talvez nesta ou na próxima semana, sei lá... Talvez acabe esquecendo de uma ou outra coisa afinal, já não tenho mais 20 anos!!! Mas tudo bem. A mesma idade que me torna mais "esquecida", também permite transformar os bons momentos que vivi em minha história.


Kisses


Obs. Agradeçam sempre pelo café de todos os dias, mesmo quando a tia do cafezinho exagera no açúcar ou erra na quantidade de pó. Nada pode ser pior do que o café americano.