terça-feira, 15 de novembro de 2011

Correndo atrás do queijo gouda



Se é por conta da foto anterior ou por conta da fama de Amsterdam que vocês estão pensando que esta parte da viagem foi pura jiquipanga, sinto muito decepcioná-los.



Havia um objetivo, uma meta, um propósito a ser alcançado: completar o percurso da corrida em Amsterdam. Tudo bem que não iríamos correr os 42k da maratona mas qualquer voltinha no quarteirão seria um desafio após dias bebendo vinho, comendo sem pudor e o pior, sem treinar...



Estivemos em Amsterdam há cerca de uma ano mas agora era diferente: por conta da Maratona, já sentimos que o clima da cidade era outro... Talvez por ter gente do mundo inteiro, talvez porque já estávamos no embalo da viagem (já eram 15 dias de estrada) ou talvez porque Amsterdam seja assim mesmo, apaixonante mesmo na 354ª vez que você a visita.



Esta também foi a primeira vez que pudemos usar nossos casacos e luvas e todas aquelas roupas de frio que ocupam espaço, pois na Itália a caloraca foi forte. Além de tudo, precisavamos liberar espaço nas malas para guardarmos todos os chocolates, stroopwaffles e balangandans que fomos comprando pelo caminho graças ao maldito capitalismo que nos corrói!


No sábado retiramos nosso kit corrida, visitamos a feira no Sporthallen Zuid e demos um rolê light pela cidade. Nosso hotel V Frederiksplein era sensacional! Tirando o tamanho do quarto, pequeno até mesmo para o Nelson Ned, tudo era perfeito (dane-se o quarto, afinal, quem fica dentro do quarto em Amsterdam?). Arrisco dizer que comemos melhor na Holanda do que na Itália, mas isso é questão de gosto, de quem gosta de provar coisas diferentes do nosso cardápio ítalo-tuponiquim cotidiano.




Friaca do cão no domingo de manhã, dia da prova. Não tínhamos saída: era vestir o shortinho, colocar umas luvinhas e bora pro Estádio Olímpico, local da largada. Mas mesmo com o frio a sorte estava ao nosso lado (como sempre!). O sol apareceu - coisa rara em Amsterdam e além disso encontramos um simpático holandês, que nos ajudou a chegar em nosso destino falando um português quase melhor que o nosso - coisa mais rara ainda!!!





Muitos brasileiros na prova, percurso plano e lindo e após 50minutos de transpiração (e inspiração) cruzamos a linha de chegada. Missão cumprida. Hora de comemorar com algumas Guiness, batatas recheadas e fritas e dezenas de costeletas de porco na Leidsplein. Chega de barrinhas de ceral, granola e isotônico!


Sem mais qualquer compromisso oficial, os dias em Amsterdam seguiram como deveriam seguir em todos os lugares do mundo: em paz e sobre duas rodas.


Dizer que Amsterdam é linda já virou lugar comum mas seu encanto vai além dos canais, da flores e de Van Gogh (sem esquecer de nossa querida Anne Frank!). Amsterdam é bem mais "certinha" que doidona; liberdade por lá anda junto com repeito e por mais esquisitos que sejam os brinquedinhos de seus sex shops, por mais esfumaçados que sejam seus cafés, a cidade realamente é de TODOS. Sua estrutura é perfeita e creio que poucas capitais tenham hoje esse privilégio mas acima de tudo, os holandeses parecem saber aproveitá-la com elegância e simplicidade.





Próxima parada: Espanha, com direito a praias, tapas, beijos e muito, mas muito azeite.