A formiga só trabalha porque não sabe cantar...
Direto ao assunto, sem mais delongas...
Hoje pela manhã, enquanto aguardava ansiosamente o sol a beira da piscina, li uma entrevista na Folha de São Paulo da psicóloga Susan Pinker, autora do livro "O Paradoxo Sexual" que defende a tese de que a diferença social entre os sexos não deve ser combatida e sim compreendida como uma consequencia natural. Vou explicar melhor.
Um bom exemplo disso, segundo a própria autora, é a questão salarial. Está comprovado, salvo algumas exceções que as mulheres ganham menos que os homens, certo? Porém seria esse uma discriminação social, uma injustiça com o sexo frágil ou será que os homens ganham mais simplesmente porque priorizam sua profissão e sua carreira?
A teoria pode se facilmente comprovada nos dias de hoje quando nos deparamos com mulheres cada vez mais bem sucedidas financeiramente mas que, de uma forma ou de outra, optam por abrir mão de "alguma coisa", seja família, filhos, um grande amor, uma casinha de sapé, enfim... Essa postura, esteja certa ou errada, conveniente ou não, nos deixa sempre com um pontinha de culpa, uma sensação de "tá faltando alguma coisa" que pode durar uma vida inteira ou apenas um instante, mas que ela existe, existe.
Embora o texto enfatize a diferença dos gêneros, penso que as escolhas que fazemos diariamente, as relações custo-benefício que estabelecemos em nossas tarefas diárias mereçam um pouco mais de reflexão, sejamos nós homens, mulheres, gays, trânsgeneros, assexuados ou sei lá o que. Até que ponto vale a pena trocar suas aulas semanais de dança ou as tarde de quinta-feira com seus filhos (ou seu cachorro) pelas reuniões de negócios ou pelas noites regadas a litros de café para acabar aquele relatório?
Das muitas definições que encontrei para o termo "trabalho", a que mais me chamou atenção foi a que o define como "aquilo que gera ao homem suas condições reais de existência", ou em outras palavras, aquilo que define a mediação entre o sujeito (eu, você, seu vizinho, a sociedade, a empresa) e o objeto de carecimento.
Mas e quanto o objeto de carecimento pra você é diferente do objeto de carecimento da sociedade em que vive? Seria o trabalho um exigência pessoal ou social? Ou ambos? E como entender sua concepção nas organizações capitalistas onde o trabalho ao mesmo tempo que tira a liberdade do cidadão (tinha coisa bem mais interessante para fazer amanhã, por exemplo), lhe garante o direito de ir e vir (ir pra Cancun, ir pra balada, ir pro shopping comprar um All Star)?
Não obteremos essa resposta tão cedo, nem tampouco conseguiremos escapar daquela sensação "super animadora" de domingo a noite. Mas não é por isso que temos que ficar apáticos e reclamando todo santo dia (exceto no dia de pagamento!).
A vida não é só trabalho, salário e promoções. Claro que muitos dos prazeres que mais gostamos dependem sim de dinheiro. Viajar é bom, ter um apê legal também desde que se encontre tempo para curti-los de verdade, em paz. E é por isso que as vezes vale a pena se perguntar: Será que meu objeto de carecimento é mesmo um carro novo ou será que um pedaço de chocolate e um boa noite de sono não me deixará mais tranquilo? Pelo menos por hoje...
Beijos no fura-bolo.
3 comentários:
Oi lú. não sei se tem a ver com o que voce disse, mas hoje de manhã, por volta das 10h, fui atravessar uma rua no tatuapé, e quase fui atrapelado. Detalhe: o veículo era uma scenic 99, cor cinza, igualzinha a minha ex. Verifiquei pela placa para ver se era a propria. Ufa! não era. Voltei para a calçada e fiquei pensando... Será que foi uma boa eu ter trocado de carro?!?!?! Foi uma coincidencia!?!?!?!?!?
bjos.
Tá difícil esquecer da jabiraca né Kutcho?!?! Vai passar, vai passar...
LUCYYYYYYYYYYYYYYYY, não sabia que vc tava em Brasília com seu amado Lula, perdão, brincadeirinha..... e enchi sua caixa de email da pmsp com problemas que temos todo o santo dia e depois do dia digamos pesado de hoje na sub, ler tudo que escreveu pelo menos pra mim valeu como toque, tenho deixado tudo pelo profissional e no fim o que mais nos faz feliz? Ou melhor, onde, com quem e como podemos fazer / realizar mais momentos felizes do que estressantes? como sempre escrevestes tudo que eu precisava ler por isso sou sua fã..... Volta Lucy (rs)
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